quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Dançamos ontem juntas, de rosto coladinho.

"Hoje eu me peguei
Pensando em você
Te amo e nem sei como eu amo (coisas do amor)
Quero não lembrar
Que, às vezes, sem querer
Me apanho falando em você
Lembranças de nós dois (retratos e canções)
Um filme de amor
Que nunca chega ao fim
Quem sabe se você
Ainda pensa em mim
Te amo e nem sei como eu amo
Dói no coração
As vezes que eu lembrar
Te amo e só quero te amar"



quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Nosso herói

Hoje perdemos a hora. Dia de rodízio, devemos acordar às 4h, sair de casa às 5h, te deixar na vovó Su às 5h30 e seguir para o Senac. O despertador do celular tocou mas, eu e minha mania do "só mais 5 minutinhos...", perdi a hora. Acordei com você me olhando fixamente, e procurando sua petita. Como se dissesse: "Mamãe, acorda pra me dar a chupeta e veja que está atrasada". Olhei no celular e já eram 4h54. Jesus!

Pulei da cama e puxei o papai junto. Enquanto tomei banho, ele escovou os dentes, lavou o tira leite e ajeitou suas coisas. Depois, eu corri para me ajeitar e em menos de 20 minutos estávamos prontos, no elevador.

Você mamou durante o percusso todo até a casa da vovó. E quando paramos o carro em frente à portaria, tentei tirar o peito e você ainda o procurava. Aí meu coração partiu. Você queria mais de mim, e eu mais de você.

Te deixamos com a vovó Su, que já te esperava de café tomado, pronta, como se fosse 8h da manhã, e não quase 6h. E seguimos voando para o Senac, com medo de ultrapassar o horário do rodízio.

Cheguei aqui 6h23, ligeui o computador e coloquei de cara um louvor - tem dias que a gente precisa mais de Deus do que se imagina. E, colocando minhas coisas no lugar, abri a sacola verde com flores de fuxico que fizemos na igreja no dia das mães, e vi um embrulho de papel toalha. Era um pão com manteiga sem miolo, do jeito que eu gosto e que o papai preparou pra mim.

Quando vi, meus olhos encheram de lágrimas: mesmo em meio à correria e ao atraso, o papai parou pra pensar em mim, pra me agradar. Tenho certeza que ele mesmo não comeu nada - e ainda não deve ter comido. Mas pensou em mim, e não nele.

Ele é assim, filha, você vai ver. Pensa muito em nós, cuida muito da gente.

Estou lendo um blog de uma mulher que relata como é criar seu filho sozinha, sem o marido, que faleceu 2 meses antes do bebê nascer. E por alguns instantes me coloco no lugar dela e logo me desepero. Não me vejo sem seu pai, nem durante a gravidez, nem agora.

Ele foi meu companheiro, no sentido exato da palavra, durante toda a gravidez. Lembro-me do dia em que decidimos tentar engravidar. Eu perguntei: "Pronto pra ser papai?" e ele sorriu e respondeu "Acho que sim". Eu sempre soube que ele seria o melhor pai do mundo, pois era o melhor marido.

No início da gravidez enjoei demais, e ele sempre esteve ao meu lado. Ele nunca tinha apoiado ninguém durante uma crise de vômito, mas estava lá, firme e forte, segurando minha testa enquanto meu estômago parecia virar ao avesso. Por três meses ele fez comida sem tempero nenhum para nós, e nunca reclamou disso. Fez suco de maracujá às 3h da manhã, quando acordei assustada por um pesadelo. Me achava linda e sempre me elogiava, mesmo quando eu estava mais para Capitão Caverna do que para a Cinderela.

Pintou seu quarto, montou os móveis e desenhou a cerejeira que ilustra uma das paredes. Quis filmar o parto, e tirar foto e comemorar ao mesmo tempo.

E tem tanto mais para falar dele... Que acho que jamais esgotarei. Mas, por enquanto, vale dizer que ele é o nosso herói.


terça-feira, 25 de agosto de 2009

E se assim fosse?

Filha, hoje tive medo de morrer.

Ontem fomos dormir cedo, você e eu, pois o papai trabalhou até tarde. Eram 22h e já estávamos as duas nos braços do Papai do Céu, dormindo. 1h você acordou pedindo meu colo e mamou até 2h. Depois acordou às 4h59, exatamente um minuto antes do meu despertador tocar. E mamou por mais 40 minutos. O papai já havia tomado banho e deixei você com ele e fui para o chuveiro.

Não foi um banho demorado e a água não estava tão quente para justificar tanto mal-estar. Senti meu coração disparar e tudo foi ficando escuro. Chamei o papai e pedi que ele te colocasse no berço para me socorrer. E ele, com muito carinho, atenção e preocupação me ajudou a sair do chuveiro e se preocupou quando me joguei na cama, molhada mesmo, por não aguentar mais ficar em pé. Foram alguns instante de muito mal-estar, coração disparado e medo. Segurei nas mãos de Deus e o papai deitou comigo na cama e me abraçou bem forte.

Naquele momento, tive medo de não te ver crescer, de não te ver falar "mamãe", de fazer falta pra você. De não estar na porta da escola no seu primeiro dia de aula, de não segurar sua mão na primeira visita ao dentista, de não levantar os braços com você na primeira montanha russa. Medo de você não ter meu colo nas noites frias, de não ter meu assoprar nos seus machucadinhos, de não ter meu abraço na primeira decepção com as amiguinhas. Medo de não poder te ensinar a cantar, de não pintarmos juntas as unhas de rosa, de não estar presente na sua primeira apresentação de ballet.

Tive medo de deseperar o papai, por isso fui dizendo que estava tudo bem. E segurando nas mãos de Deus e apoiada no papai, tudo foi começando a ficar bem, de verdade. Pra ser sincera, ainda estou meio lenta, não consigo raciocinar direito, mas às 11h tenho uma reunião "daquelas", e então voltarei ao meu estado normal.

Te peguei do berço, coloquei no meu colo e te abracei, com todo meu amor. Agradeci muito a Deus por mais esse livramento e por ter permitido que eu não tenha mais esses medos.

Escrevi tudo isso aqui não para você ter medo também, mas para saber que a vida é assim. E estamos sempre sujeitos à vontade de Deus. Por mim, pequenina, eu viveria pra sempre, só pra te fazer feliz.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Tudo novo

Filha, essa semana tem sido cheia de mudanças.

Segunda-feira voltei a trabalhar e deixei o coração em casa, com você. Fui de Guarulhos a São Paulo segurando o choro, e acreditando que ver o lado positivo das coisas me ajudaria. E ajudou.

Você está ótima, com saúde perfeita. Ficou com a vovó Lúcia e, pelo que soube, chorou só um pouquinho quando fui embora, mas logo depois dormiu e seguiu sua rotina o restante do dia. Quando chegamos para te buscar, você me viu e abriu os seus bracinhos, me chamando, pedindo colo. Que delícia! Que recompensador!

Ontem também foi assim... A saudade foi minha companheira, mas não fiquei triste. E hoje te deixei super cedo na casa da vovó Su. Você estava mole de sono, mesmo porque acordar às 4h da manhã e sair de casa às 5h num é pra qualquer um. Antes de fechar a porta, você me deu um sorriso lindo que, mesmo por trás da chupeta, fez meu coração se acalmar.

Sei que a partir de agora não estaremos mais 24h juntas e que alguns dos seus principais avanços eu não verei. A primeira palavra, a primeira engatinhada, o primeiro passo.... Vovó Su e vovó Lu estão encarregadas de registrar tudo.

Minha mesa do trabalho já está cheia de fotos suas, mas nem precisaria. Seu sorriso não sai da minha memória.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

O elevador

Aninha, preciso registrar aqui seu fascínio por elevadores.

Sempre que entramos num, você olha fixmente para a luz ou para o espelho, e parece não entender muito bem como podem existir dois papais e duas mamães. E se há mais alguém no elevador, você olha fixamente para essa pessoa até que ela olhe para você. E aí você abre um sorriso lindo que desconserta qualquer mal humorado.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Aqui tem um bando de loucos...

Filha, eu sei que você ainda nem sabe reconhecer a forma do círculo e muito menos ocnsegue pronunciar a palavra "bola", mas já tá rolando um super debate sobre sua predileção no futebol.

No seu chá de bebê, a Tia Tani te presenteou com uma chupeta do Palmeiras, para delírio do vovô Jorge de do Tio Juninho. Confesso que a mamãe orou naquele instante para que aquela profecia não fosse ligada nos céus e o papai nem esboçou reação, já que ele prefere que você seja palmeirense, são-paulina, santista, torça pro XV de Piracicaba ou Ituano - menos pro Corinthians.

Um tempo depois, a Tia Dri veio de Munique e te deu um body do FC Bayern Munchen. Ok, no comments. Que o Tio Naldo não saiba disso... hihihi.

E sábado agora foi aniversário da Tia Lolóu, e quem ganhou presente foi você! Além de uma touca linda cheia de pompons da Tia Bete e outra rosa estilo francesinha da Tia Kinha, você ganhou um presente muito importante e significativo do Tio Leo: sua primeira camisa do Timão.

Raiva em uns, alegria em outros. O Tio Vini tentou te subornar oferecendo uma toalha do São Paulo, mas seu coração nem se abalou. O papai saiu de lá dizendo que não era para impormos o seu time, mas para você escolher quando, pelo menos, souber o que é uma bola.

Saudade do que ainda não foi.

Filha, este blog é para você. Para que você saiba que cada detalhe seu é valoroso demais para nós.

Estava pensando... por que eu não comecei a escrever isso antes?

Acho que porque pretendia dedicar todo o meu tempo a te conhecer e te reconhecer... E nos tempo livres, dormir um pouco. Mas não me arrependo de ter começado agora. Você está prestes a completar 5 meses, e eu prestes a voltar ao trabalho.

Pronto, talvez seja isso. Um refúgio para a saudade que já sinto... Saudade desses nossos dias tão intensos e tão serenos juntas. De irmos dormir olhando uma para a outra e de acordarmos assim também... De passarmos as manhãs na sala brincando e as tardes com o papai.

Hoje você tomou seu primeiro suco de laranja lima. Assim como eu previa, você estranhou um pouco no começo, mas depois gostou. Diferente de como foi com a fórmula de leite.

Aliás, a fórmula de leite merece um parágrafo só pra ela. Você recusou a todo custo outro leite que não o meu. Uma semana inteira que o papai e eu tentamos te oferecer a mamadeira e você esperneava mais do que eu na hora de acordar. Agora vocês fizeram as pazes, e você a aceita à noite, antes de dormir.

Já sinto saudade disso....