quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Palmas

Preciso registrar.

Domingo, dia 18 de outubro, você viu que pode bater palmas. Era só alguém começar a cantar o "Parabéns a você", que logo suas pequenas mãos se juntavam, não exatamente em palmas, mas com a intenção de corresponder à música. Que delícia!
Todos nós ficamos mais apaixonados ainda ao ver você reagindo aos nossos estímulos. E toda hora pedíamos que você batesse suas palminhas. Na terça pela manhã, estávamos indo para o carro e você, sonolenta ainda, cantarolava uma tentativa de parabéns e batia as duas mãos, com os olhos quase fechando. Doía o coração de tão gostoso.

Ontem você já estava com os movimentos mais refinados e conseguia definir melhor as palminhas. E, a qualquer momento, e mesmo sem o incentivo da música, você batia palmas. Como quem treina. Mais delícia ainda.

***
Em tempo: essa noite você começou a pegar a chupeta e tentar colocar na boca. Rumo à independência - nesse quesito, pelo menos.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Eu sou você


Desde pequena, quando eu ganhei uma boneca grávida que vinha com um bebê na barriga falsa, eu esperava por você. Enquanto alisava a pequena mecha de cabelos da boneca "Meu Bebê", imaginava pentear seus cabelos e acariciar seu rosto. Das duas bonecas dessa que eu tinha, uma tinha o nome de Ana Carolina.


Um pouco mais crescida, já sabendo que os bebês não são trazidos pela cegonha, imaginava como seria minha família: o papai, você e eu com vocês. Fazia planos, mesmo sem ter conhecido ainda o papai, mas já sabendo que seria alguém muito especial e que viria no tempo certo.


No dia em que o vi pela primeira vez, disse a quem estava comigo que eu iria me casar com ele, mesmo sem saber quem ele era, de onde vinha e pra onde ia... Mesmo sem ter trocado uma palavra, sem saber seu nome... Eu já sabia que ele era meu e eu era dele.


Mas, voltando a você, filha... Sempre fiz planos para você, te quis desde sempre. Comprei roupinhas, mesmo sem saber se você seria menina ou menino - e não tinha vergonha quando todos me achavam precipitada por ter apenas meses de casada e por planejar um filho pra dali a 2 ou 3 anos.


Desde aquele 15 de julho, quando confirmamos a gravidez, eu sou inteiramente sua. Fui sua casa, seu conforto, seu calor, seu travesseiro. Sua fonte de energia, de água, de amor e de oxigênio. Fiz de mim o melhor habitat que um bebê em formação poderia ter: comia beterraba e cenoura todos os dias (mesmo não gostando), fazia atividade física (mesmo não querendo), não deixava nada me abalar emocionalmente, andava a passos calmos e firmes. Evitei as besteiras, que até então eram o meu combustível. Deixei de lado velhos hábitos e dei lugar à mãe que eu sempre quis ser.


Orei por você em minha barriga todos os dias, e só pedia a Deus que você fosse um bebê saudável, cheio de alegria e temente a Deus. E num é que ele me atendeu?


E hoje, além de tudo isso, sou suas pernas e te levo pra onde sei que você quer ir. Te ajudo a tocar a parede, a buscar o balão no teto, a acariciar as galinhas do enfeite da porta da cozinha. Te carrego pro banho, pro quarto, pra casa. Te conforto no choro repentino da noite, na volta do trabalho (quando, de uma menira única e emocionante, você abre os bracinhos e me chama). Estremeço e me entrego quando você me puxa pra perto de você e segura firme em mim (seja nos cabelos, nos braços, na roupa...) querendo que eu não saia mais de perto de você.


Quero ser seu ombro amigo, a mão que te segura nos primeiros passos, o colo quente e o carinho que alivia a dor. Quero ser.


E não estou escrevendo isso tudo para dizer que eu sou a melhor mãe do mundo.... Mas pra dizer que sou, sim, a mãe mais feliz de todas.