Filha,
Hoje eu chorei.
Como todas as segundas, chegamos cedinho à casa da vovó Lúcia. Você, ainda sonolenta e com uma bexiga laranja nas mãos (resquício do aniversário do Tutu) sentou-se na cama deles e chamou o vovô com seu delicado tapa nas costas... Tudo igual, como sempre.
Até que, saindo, olhei para trás para te dar tchau e você me olhou de um jeito único. A inocência do seu olhar acertou como flecha meu coração, que contraiu naquele instante e até agora ta aqui, pequenininho. Não suportei seus olhos redondinhos me olhando, querendo dizer: “Você vai embora?”. Voltei, te dei um beijo e deixei meus sentimentos na sua pequena e frágil mão e te disse que estava indo “embora” por você.
E levada pela razão, desci as escadas, tranquei a porta e entrei no carro. E chorei, porque doeu como nunca!
To aprendendo aos poucos, filha. Você ainda vai entender que crescer dói.
Hoje eu chorei.
Como todas as segundas, chegamos cedinho à casa da vovó Lúcia. Você, ainda sonolenta e com uma bexiga laranja nas mãos (resquício do aniversário do Tutu) sentou-se na cama deles e chamou o vovô com seu delicado tapa nas costas... Tudo igual, como sempre.
Até que, saindo, olhei para trás para te dar tchau e você me olhou de um jeito único. A inocência do seu olhar acertou como flecha meu coração, que contraiu naquele instante e até agora ta aqui, pequenininho. Não suportei seus olhos redondinhos me olhando, querendo dizer: “Você vai embora?”. Voltei, te dei um beijo e deixei meus sentimentos na sua pequena e frágil mão e te disse que estava indo “embora” por você.
E levada pela razão, desci as escadas, tranquei a porta e entrei no carro. E chorei, porque doeu como nunca!
To aprendendo aos poucos, filha. Você ainda vai entender que crescer dói.